sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

AS EMPRESAS CONTRATAM POR COMPETÊNCIA E DEMITEM POR COMPORTAMENTO


Essa é uma máxima em Recursos Humanos. Os processos seletivos sempre focaram mais em avaliar as competências dos candidatos do que nos seus comportamentos e atitudes. Existem exceções, ou seja, empresas que há muitos anos já perceberam a importância de avaliar a postura, os valores e os indicadores de comportamento dos candidatos. Entretanto, muitas pessoas ainda não se deram conta disso e acham que pelo fato de serem graduados numa escola de primeira linha e trabalhado em boas organizações, é suficiente para se qualificarem para uma posição numa empresa e ter sucesso. Cuidado!!

No passado até seriam os fatores mais relevantes, mas hoje as empresas estão muito mais preocupadas com os valores das pessoas, o que elas agregarão à organização com as suas atitudes, somadas obviamente às suas competências. Já não basta ser competente profissionalmente se a pessoa não demonstrar valores, princípios e ética no trabalho. O alinhamento dos valores pessoais com os valores da organização são hoje fatores mais críticos de sucesso do que as competências técnicas propriamente ditas.

Temos acompanhado nos noticiários diários os escândalos e os resultados da corrupção nas Organizações, demonstrando claramente a falta de ética, valores e princípios de muitos dirigentes. Isso não é só uma situação do Brasil, mas mundial. A criação do conceito de “Compliance”, tão popular nos dias de hoje, foi criado nos Estados Unidos em função de vários problemas ocorridos por lá, por dirigentes com mal comportamento. A palavra “Compliance”, traduzida literalmente, quer dizer “Conformidade”, que em nosso idioma é um pouco vago. Na verdade, é conformidade com as regras do jogo, sejam legais do ponto de vista da legislação, bem como as políticas corporativas da organização. As consequências legais hoje são bem severas nos Estados Unidos, bem como no Brasil. Essa talvez seja uma das maiores preocupações das empresas nos dias de hoje: assegurar que os seus colaboradores atuem e ajam de acordo com as regras legais e corporativas. A falta deste comportamento, de acordo com o “Compliance”, pode acarretar consequências muito graves para a empresa e para os seus dirigentes.

A sociedade não aceita mais uma empresa apresentar resultados a qualquer preço, sem avaliar as consequências das decisões dos seus dirigentes, seja do ponto de vista do negócio, do meio ambiente, etc. Não basta apenas falar dos valores e dos princípios se estes não são praticados pelos dirigentes e pelos colaboradores em geral.

Por esta razão, o bom profissional precisa refletir que, não basta apenas ser competente tecnicamente naquilo que faz se não tiver o comportamento e os valores adequados para exercer a sua profissão. Cada vez mais a sociedade valorizará as empresas éticas, bem como os profissionais que seguem estritamente os seus valores pessoais acima de tudo, alinhado com os da organização, e que se traduzem em resultados e melhoria para todos. Isso vale para as empresas privadas e muito mais para o setor público. Até porque, não existe dinheiro público, mas sim dinheiro de todos os contribuintes para o benefício da sociedade. Neste caso em particular, a necessidade de se atuar de acordo com o “Compliance” é ainda mais crítico, por se tratar de uma área coletiva.

Nestes meus 45 anos em RH, vi muito mais pessoas serem demitidas ou promovidas por comportamento do que por competência. Até porque, competência é mais fácil de avaliar, enquanto comportamento pela sua natureza precisa ser vivenciado e identificado por outros no dia a dia do trabalho.

Portanto, para ter sucesso no futuro, invista no desenvolvimento das suas competências, mas invista ainda mais nos seus comportamentos, valores e atitudes. É a união dessas duas coisas que as empresas buscam e também é o caminho para um profissional triunfar.

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